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sábado, 9 de novembro de 2013

CRIANÇAS COM PROBLEMA MENTAL OU FÍSICO SÃO ENTERRADAS VIVAS EM TRIBOS INDÍGENAS E REVOLTA A TODOS VEJA O VIDEO VÍDEO

Um vídeo muito triste mostrando crianças indígenas enterradas vivas na Amazônia está causando comoção e revolta em redes sociais no Brasil.
As imagens chocantes são de um  documentário cujo nome é ‘Hakani’, dirigido pelo autor David Cunningham, filho criador do  fundador de uma organização missionária dos EUA, lançado em meados de  2008 nas cenas, um dos irmãos da vítima se revolta e grita: “Eu cuido deles! Eu cuido deles!”, sem sucesso. Ainda utilizado por volta de 20 etnias entre as mais de 200 do Brasil, infanticídio leva à morte não apenas de gêmeos, mas também filhos de mães solteiras, crianças com problema mental ou físico, ou doença não identificada pela tribo. VEJAM O VÍDEO ABAIXO!
O tema já gerou projetos de leis e muita polêmica em torno de saúde pública, cultura, religião e legislação. Em 2004, o governo brasileiro promulgou, por meio de decreto presidencial, a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que determina que os povos indígenas e tribais “deverão ter o direito de conservar seus costumes e instituições próprias, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais definidos pelo sistema jurídico nacional nem com os direitos humanos internacionalmente reconhecidos”.
 
Entretanto, em novembro do ano passado, o jornalista australiano, Paul Raffaele, que participou de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, denunciou a tolerância ao crime de infanticídio e omissão de socorro a crianças expostas ao ato que ainda ocorre em tribos isoladas no território brasileiro.
Fonte: portalatualizando

Verdadeiro ou falso?

Se você ficou horrorizado(a) com o vídeo acima, pode ficar tranquilo(a). Ele é falso!
Hakani é um pseudo-documentário feito por uma entidade norte-americana chamada Youth With a Mission, que atua aqui no Brasil desde 1975 e conhecida aqui como “Jocum” “Jovens Com Uma Missão”. O diretor do Hakani se chama David L. Cunningham e é filho do fundador da instituição.
No próprio site do projeto Hakani é explicado que o filme foi feito com índios de verdade, mas que eles foram pagos para atuar (receberam cachê). A terra que é usada para cobrir o rosto do indiozinho no chão e, na verdade, BOLO DE CHOCOLATE!
Essa afirmação também foi repassada a várias agências de notícia como a prestigiada Reuters, por exemplo.

Tudo ali foi encenado!

O filme tem esse nome em homenagem a uma pequena índia da tribo Suruwaha chamada Hakani, que foi adotada por missionários evangélicos, Márcia e Edson Suzuki. Os novos pais da índia afirmam que membros da tribo tentaram matar Hakani, enterrando-a viva aos dois anos de idade, porque ela ainda não havia começado a andar e nem a falar nessa época.
Graças ao irmão mais velho que a teria desenterrado a tempo e fugido com ela, dizem os Suzukis, a garota pode ser adotada por eles e hoje, mais de uma década depois, anda e fala normalmente (Hakani tinha algumas disfunções na tireoide que puderam ser tratadas com sucesso!).
O jornal USA Today afirma que, apesar da família Suzuki possuir os registros hospitalares e fotos do estado debilitado de saúde na qual encontraram a garotinha, não há como verificar se o que dizem a respeito da tribo é verdade ou não.
 
De qualquer maneira, o casal se uniu ao diretor de cinema americano David Cunningham para criarem o filme Hakani. A ideia seria a de recriar uma suposta tentativa de assassinato de uma criança para mostrar como o infanticídio seria recorrente em todas as tribos indígenas no Brasil.
O documentário foi jogado na internet e exibido em diversas igrejas nos EUA e no Brasil para angariar dinheiro e chamar a atenção para o infanticídio que estaria ocorrendo no nosso país. No entanto, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) considerou “escusa” a origem do filme e teme a generalização inadequada de uma tradição indígena e garante que o assassinato de crianças com deficiência não é comum a todas as etnias. Mesmo entre as tribos que ainda tem esse costume, já existem alternativas de adoção das crianças doentes por outras famílias para evitar as mortes, afirma a fundação.
Sobre o documentário, o antropólogo britânico Stephen Corry, diretor da ONG Survival International afirma que:
“Há décadas que os missionários evangélicos escondem seu trabalho, especialmente em lugares como América do Sul, que tem uma tradição católica muito forte. A Jocum foi expulsa de certas áreas do Brasil, mas continua lá ilegalmente.”
A Survival acusa o filme de “uma ferramenta feita para grupos cristãos evangélicos para aumentar a sua capacidade de se espalhar a crença religiosa, apesar das preocupações do governo brasileiro sobre os seus métodos!”. A ONG também afirma que a questão do infanticídio amazônico tem sido distorcida e inflada e, por isso, as pessoas pensam que a matança de bebês é comum entre os índios, enquanto que na prática isso é raro de acontecer.
Para refutar ainda mais essa história, a ONG também argumenta que: “Enquanto que as tribos indígenas do Brasil estão sendo expulsas de suas terras ou mortas por fazendeiros, mineradores e madeireiros… A questão do infanticídio é apenas uma distração destrutiva.“.
A jornalista Sandra Terena! (foto: Divulgação)
A jornalista Sandra Terena! (foto: Divulgação)

O outro lado

Em 2009, uma jornalista e documentarista descendente de índios chamada Sandra Terena, após assistir ao filme Hakani, resolveu verificar em campo essa história de infanticídio indígena e descobriu que seu próprio povo ainda praticava o infanticídio. Naquele mesmo ano ela produziu o documentário “Quebrando o Silêncio” que acabou ganhando o Prêmio Internacional Jovem da Paz.

Nota do E-farsas

Uma coisa importante a deixar claro aqui é que a cultura indígena é diferente da do “homem branco”. O que parece ser uma coisa monstruosa aqui para nós é vista com outros olhos pelos índios. De forma inversa, é de se imaginar que algumas tribos poderiam achar terrível os brancos que deixam os filhos quase morrendo, a espera de um atendimento no hospital (sempre lotado por causa da falta de médicos, que não ganham o suficiente para se manter ali ou sem remédios adequados, pois a verba para a saúde não foi administrada corretamente), ou que muitos governantes deixem crianças passando fome nas escolas, pois desviam toda a verba da alimentação para seus bolsos.
O que dizer então das crianças que morrem todos os dias nas ruas das grandes cidades? Muitas delas sem direito à educação, moradia, pais, alimentação…
Pensando de forma fria, a comunidade indígena vive em forma de cooperação. Indivíduos que não podem contribuir com as atividades rotineiras da tribo podem causar um peso extra ao grupo, que correria o risco de não conseguir alimentos para todos.
É fácil para nós, que temos como conseguir facilmente alimento ou medicamento até pela internet e no conforto dos nossos lares, julgar o infanticídio indígena (se é que ainda ocorre).
Algumas tribos vivem em situação de miséria e não tem a quem recorrer no caso de uma doença grave. O governo? Esse não dá conta nem dos seus eleitores… Enquanto isso, o líder da tribo vai usando do conhecimento da sua comunidade e trata seus enfermos com chazinhos e pedidos aos deuses para que a cura (ou a morte) venha rápido!

Conclusão

O vídeo é falso! Foram usados atores na produção e o indiozinho não foi enterrado de verdade. Seu rosto foi coberto com farelos de bolo de chocolate. O assassinato de crianças doentes pode ter sido uma prática ocorrida em algumas tribos indígenas, mas não acontece da maneira como foi mostrado no vídeo.