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sábado, 7 de fevereiro de 2015

BB faz empréstimo milionário para Val Marchioli

Peripécias do novo presidente da Petrobras

Val Marchiori, conhecida socialite e apresentadora, recebeu um empréstimo do Banco do Brasil de 2,7 milhões a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, contrariando normas internas das duas instituições.

A socialite tinha restrição de crédito por não ter pago empréstimo anterior ao BB e também não apresentava capacidade financeira para obter o financiamento, segundo documentos internos do BB obtidos pela Folha.

A empresa pela qual Marchiori tomou o crédito, a Torke Empreendimentos, apresentou como comprovação de receita a pensão alimentícia de seus dois filhos menores de idade. O financiamento, repassado pelo BB a partir de uma linha do BNDES com juros de 4% ao ano –mais baixos que a inflação–, foi usado na compra de caminhões.                                        A Torke não tinha experiência na área de transportes e a atuação da empresa até então estava relacionada à carreira de Marchiori na TV.

Na condição de administradora com poderes plenos na empresa, Marchiori tinha dívidas antigas com o BB que representavam impedimento para o novo empréstimo. Por isso, foi feita uma "operação customizada", ou seja, sob medida para Marchiori, para liberar os recursos.

Val Marchiori é amiga do presidente do BB, Aldemir Bendine, que já se tornou presidente da Petrobras. A apresentadora esteve com ele em duas missões oficiais do banco, uma na Argentina e outra no Rio. Em entrevista à Folha, o ex-motorista do BB Sebastião Ferreira da Silva disse que a buscava em diversos locais de São Paulo a pedido de Bendine. "Fui buscar muitas vezes a Val Marchiori", disse ele.                        Bendine nega qualquer participação na concessão do empréstimo. Ele reconhece que ficou hospedado no mesmo hotel que Marchiori nas duas ocasiões, mas diz que a estadia dela não tinha relação com as missões do banco, que foram coincidências.

Oito dias antes de o BB começar a analisar a operação para a Torke, Marchiori enviou e-mail a Bendine, jornalistas tiveram acesso, com perguntas sobre outro financiamento do banco, para empresa do marido da apresentadora, Evaldo Ulinski.

O papel dos bancos públicos virou tema de debate entre os candidatos a presidente Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Aécio acusa o governo do PT de usar o BNDES para financiar empresas aliadas. Dilma defende o banco, dizendo que 84% dos investimentos da indústria passam pelo BNDES.

A Torke tomou o empréstimo para, imediatamente, sublocar os caminhões para a Veloz Empreendimentos, que é do irmão da apresentadora, Adelino Marchiori.

Uma cláusula da linha Finame/BNDES, de onde saíram os recursos, impede cessão ou transferência dos direitos e obrigações do crédito sem a autorização do BNDES. A praxe do banco é financiar a atividade-fim do tomador do crédito.

Banco do Brasil apontou ( na alise de risco) que Marchiori não tinha como comprovar receita compatível com o empréstimo, que tem prazo de pagamento de cinco anos. No item "garantias mínimas" para o financiamento, o banco diz: "Coobrigação obrigatória da administradora Valdirene Aparecida Marchiori, ainda que sem recursos computáveis compatíveis".                       O irmão e a cunhada de Marchiori, segundo análise de crédito eram os doadores da operação, donos da Veloz, também não apresentavam recursos para garantir a operação. Assim, o BB dispensou a comprovação de capacidade de pagamento da tomadora do crédito e dos fiadores.                                                                 " Segundo minha análise , já começa a nova quadrilha da Petrobras, pois o recém nomeado presidente da empresa já vem atacando a economia brasileira junto a mulher aqui citada, lembrando que Aldemir Bendine foi escolhido por Dilma para ocupar o cargo de confiança ... Você acha que dá para confiar?" Deborah Albuquerque.


Fonte: Gazeta da Semana

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