Confecção de uniformes escolares
emociona aprendizes de projeto social da Prefeitura
Estudantes da rede municipal
começam a receber vestimentas na próxima segunda-feira (17/03)
Alegria e realização. São estes
os sentimentos que inspiram as 64 aprendizes da primeira turma do curso de
“Costura Industrial”, oferecido pela Prefeitura de Hortolândia, em parceria com
o SENAI-Sumaré (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), a confeccionar as
80 mil peças de uniformes que a Administração entregará aos estudantes da rede
municipal de educação, a partir da próxima segunda-feira (17/03). A formação,
que dá a estas mulheres em situação de vulnerabilidade social a oportunidade de
capacitação para o trabalho e geração de renda, faz parte de um projeto social
da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social, o Qualifica Cidadão.
Lançado em 2013, o programa
oferece a munícipes com mais de 18 anos de idade, desempregados e sem nenhum
tipo de renda, a chance de se qualificar para manter a família ou se inserir no
mercado formal de trabalho. Os selecionados têm direito a bolsa auxílio
desemprego mensal, no valor de R$ 510, mais cesta básica.
Emoção e sonhos a realizar
“Estou amando fazer os uniformes.
É uma experiência única. Estou aprendendo muito”, afirma a bolsista Creuza
Maria dos Santos, de 50 anos, casada, mãe de um filho, que, antes de participar
da oficina, ajudava a aumentar a renda familiar revendendo roupas ou fazendo
pequenas costuras em casa. O sonho de Creuza é montar a própria oficina para
confeccionar roupas em geral. “Se não fosse esta oportunidade não teria esta
experiência. Passei a me interessar mais pela própria costura com as aulas”,
acrescenta. “Fico imaginando o dia em que vão entregar os uniformes, a alegria
dos pais e das crianças. Aqui em Hortolândia tem muita família carente, que
precisa. Este projeto é tudo de bom. Saber que ajudei a fazer parte de cada
camiseta, de cada bermuda e jaqueta dá até vontade de chorar”, diz ela.
A emoção de Francisca de Fátima
Felipe Forner, de 58 anos, também casada e mãe de um filho, é ainda maior. Além
de poder ingressar, como profissional com certificado, na área onde já atuam
duas sobrinhas e uma irmã, a aprendiz tem dois sobrinhos matriculados na rede
que vão ganhar os uniformes que ela ajudou a confeccionar. Sara, de 6 anos, e
Mateus, de 8, estudam na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Profª Patrícia
Maria Capelato Basso, antiga Emef. São Sebastião. “Estou muito feliz. Acho
lindo este projeto. Fico até emocionada”, revela. “É uma bagagem que vou levar
para a minha vida. Fiz muitas amizades aqui”, comenta a bolsista que costumava
fazer em casa pequenas reformas em roupas, tais como pregar botões e zíperes,
fazer barras e aventais.
“Dá orgulho de participar. Não
tenho filhos ainda, mas vou ter sobrinho na rede em breve. Ver as crianças
usando um uniforme que ajudei a fazer é muito legal, super compensador”, afirma
a bolsista Jéssica Langner Domingues, de 21 anos, solteira, que sonha em
trabalhar profissionalmente no mundo da moda, possivelmente como estilista.
“Aqui vejo todos os passos, do corte à costura efetiva, até a embalagem. Está
sendo super importante passar por todas as máquinas”, esclarece.
Para a secretária de Inclusão e
Desenvolvimento Social, Rosana Nascimento da Silva, “proporcionar caminhos para
o munícipe se emancipar é o papel da assistência social atualmente. É preciso
tirar a mulher da situação de vulnerabilidade. É nossa tarefa formar esta mão
de obra para colocá-la no mercado de trabalho formal, nas grandes confecções,
ou em casa em atividades de complementação de renda ou como empreendedoras”,
esclarece. “É um projeto social de qualificação profissional, que respeita as
questões trabalhistas. A entrega dos uniformes é uma consequência desta
formação profissional. O foco do projeto é proporcionar caminhos para o
munícipe se emancipar”, explica.
De acordo com Rosana, as
bolsistas, que se formam em breve, já estão sendo sondadas por empresas de
confecção da região. “Pelo menos duas delas já nos procuraram para contratar as
aprendizes, se possível, todas elas, porque este é um mercado escasso”, revela.
“A maior parte revelou a vontade de trabalhar em casa, por questões pessoais –
são mães, têm certa idade, precisam cuidar de casa e ajudar na renda familiar.
Outra parte, as mais jovens, sonha com a profissionalização, o ingresso em
grande confecções ou mesmo em abrir a própria oficina”, acrescenta.
“Unimos um projeto social de
qualificação profissional para geração de emprego e renda com a possibilidade
de produção dos uniformes com qualidade. É um projeto que tem muitas vantagens,
não apenas a redução dos custos. Até a reposição de peças é mais fácil. Se
faltar alguma, fazemos a encomenda nos tamanhos necessários com facilidade”,
destaca a secretária de Educação, Cleudice Baldo Meira. “Estamos muito
felizes”, complementa.
Uniforme completo
Cada estudante terá direito a
duas camisetas e bermuda, bem como uniforme de inverno, que inclui calça e
agasalho. Além disso, receberá um par de tênis, comprado por meio de outro
processo licitatório. O investimento para a aquisição dos mais de 21 mil pares
de calçados é da ordem de R$ 1 milhão.
Brancas, com gola e mangas curtas
alaranjadas e o brasão de Hortolândia estampado no peito em silkscreen, as
camisetas são em malha PV, um tecido firme, mais resistente, que não precisa
ser passado. A bermuda e a calça, com bolsos laterais, assim como o agasalho
(com o brasão bordado), são em helanca, na cor verde bandeira, cores oficiais
do município.
Cerimônia oficial de entrega
O prefeito Antonio Meira dá
início à entrega dos uniformes em cerimônia oficial, marcada para a próxima
segunda-feira (17/03), às 7h30, na Emef (Escola Municipal de Ensino
Fundamental) Cláudio Roberto Marques, no Jd. Santana. Após enfrentar
dificuldades sucessivas, em 2013, durante o processo licitatório, a Prefeitura
encontrou uma solução interna para o problema. Os trajes estão sendo
confeccionados, desde novembro de 2013, no Centro de Qualificação Profissional,
no Jd. Terras de Santo Antônio, pelas aprendizes do curso de “Costura
Industrial”. A unidade de formação está localizada na Rua Eleusina Batista
Silva, 1339.
Os entraves burocráticos,
relativos à qualidade das amostras de tecido por parte das empresas
habilitadas, acabou encarecendo e culminou por inviabilizar a entrega das
vestimentas no ano passado. Se não tivesse sido suspenso, após a
desqualificação da quarta empresa, o processo representaria um gasto de cerca
de R$ 8 milhões, de acordo com dados da Secretaria de Educação. Realizado nesta
nova versão, os custos, com a compra de cerca de 38 toneladas de tecido e
aviamentos, despencaram, ficando na casa de R$ 1,24 milhão, aproximadamente,
segundo os cálculos do Departamento de Emprego e Renda, da Secretaria de
Inclusão, responsável pelo projeto.
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